Criada em 1997, a Número – Arte e Cultura é uma associação que tem como objetivo realizar atividades orientadas para a criação, fomento, investigação e difusão da arte e da cultura contemporâneas. Dentro do seu extenso currículo conta-se a edição de revistas e livros e a organização de vários eventos, nomeadamente Número Festival – Festival Internacional de Artes Multimédia, Cinema e Música de Lisboa, Festival Português – Festival Internacional de Artes e Cultura Portuguesa e Interferências – Mostra Pública de Arte.

Evento anual trans e multidisciplinar, dedicado à vanguarda em imagem e som, o Número Festival foi responsável, desde a sua primeira edição em 2000 e até 2008, pela divulgação em Portugal do trabalho de alguns dos principais nomes internacionais nas suas diversas áreas (Aphex Twin, Michael Snow, Harun Farocki, Kyoishi Kurosawa, Animal Collective, Fennesz, Graw Böckler ou Mark Lewis, entre muitos outros), para além de todos os projetos portugueses no domínio das artes, música, performance ou multimédia nele revelados.

Com a missão de promover a arte e a cultura portuguesa no exterior, a Número organizou, no âmbito do Festival Português, diversos ciclos de cinema, exposições de arte e multimédia, concertos e conferências, num total de cerca de 50 iniciativas concretizadas em alguns dos espaços mais nobres das principais capitais europeias: ICA – Institute of Contemporary Arts, Riverside Studios (Londres, 2002 e 2003); CCCB/Sónar (Barcelona, 2004); Cinéma du Panthéon, Point Éphémère (Paris, 2005); Centro Cultural Conde Duque/Photo España, La Casa Encendida (Madrid, 2006); Ausland, Eiszeit Kino (Berlim, 2007).

Esse esforço de internacionalização da produção portuguesa nos mais diversos domínios é também uma premissa no trabalho da Número enquanto editora de discos (N_Records), revistas (como as literárias Ópio e Mutantes ou a revista de tendências Número Magazine) e livros bilingues (casos de Corpo Fast Forward, em conjunto com o Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, Portugal: Um Retrato Cinematográfico e Videoarte e Filme de Arte e Ensaio em Portugal).

O ano de 2010 vê surgir Interferências – Mostra Pública de Arte, para além das exposições Tiresias – Vídeos de Artistas Made in Portugal (Centro Cultural de Espanha em Montevideo, Uruguai) e Ikonoklash (Centro Cultural de Lagos), este último também um portal web 2.0.

Ao longo de todo o ano de 2012 decorreu a 2ª edição de Interferências, começando em Janeiro a residência artística de desenho no Centro Português de Serigrafia. A iniciativa prolongou-se na Galeria Corrente D’Arte durante o mês de Fevereiro, tendo o seu ponto forte com a exibição até Março de perto de 200 trabalhos nas carruagens em circulação no Metropolitano de Lisboa, mais as intervenções site specific em seis estações. A exposição de fotografia, intitulada Políptico, esteve patente até finais de Abril no espaço BES – Arte e Finança, antes de integrar em Junho a programação da PHoto España (Fundación Lázaro Galdiano, Madrid).

A programação de artes plásticas do Interferências 2012 teve lugar em Agosto na cidade do Porto, ocupando os mupis daquela cidade e tomando de assalto os edifícios Palacete Viscondes de Balsemão e Casa do Infante. Indoors / Outdoors envolveu pintura, escultura, vídeo e fotografia. A mostra de vídeo Camcloser na Baixa-Chiado PT Bluestation durante o mês de Dezembro foi a última programação a ter lugar na edição de 2012.

Em 2014 e 2015, a Número – Arte e Cultura posicionou-se na área das artes visuais, envolvendo-se em várias iniciativas de grande fôlego. Para além de se assumir como entidade parceira da Associação P28 nos projetos Contentores e Outdoor e da Associação Aspas e Parênteses nos eventos Trienal no Alentejo e Mar e Montanha – Arte e Gastronomia no Algarve, foi ainda responsável pela dupla exposição Onde é a China?, coletiva realizada em simultâneo em Portugal e na China (Museu do Oriente e Beijing World Art Museum), com a participação de alguns dos mais relevantes artistas contemporâneos dos dois países.

Mais recentemente, além de Onde o Passado Jaz/ Homem Morto Passou Aqui, conjunto de exposições da autoria de Valter Vinagre ao longo do país dedicadas à memória das Invasões Francesas em Portugal, surgem alguns projetos pioneiros, tais como Bairro ao Espelho, de divulgação e formação pelas artes, de intervenção social na comunidade e em Lisboa, e Arte de Furtar/ Furto na Arte, projeto curatorial que se traduz num livro-exposição concebido a várias mãos, lançado em Março de 2020.

PRATA DA CASA insere-se na experiência recolhida pela Número – Arte e Cultura com Bairro ao Espelho, contribuindo para aproximar a população e a comunidade de artistas na zona de Anjos-Arroios, em Lisboa, ao conceber-se como um espaço de criação e experimentação coletivo. Motivado pela ideia de comunidade e de ligação ao território que partilham, apela-se à participação de todos: habitantes, artistas residentes, agentes e estruturas locais.